A FAMÍLIA
“Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, moral e religiosa”. Por isso educação se aprende, principalmente, no ambiente familiar. Porém atualmente, muitos relacionamentos familiares sofrem com conflitos de idéias e mal-entendidos, ate o ponto das relações serem profundamente afetadas ou mesmo destruídas.
A principal carência dos jovens é a falta de ética dos pais, pois estes deixam de dar amor e atenção aos filhos. Essa necessidade de afeto acontece sobre tudo pela ausência e omissão dos destes. Observa-se um dos principais erros cometidos por eles: não ter tempo para os filhos. Os adultos trabalham tanto, que o pouco tempo que sobra, eles precisam descansar e acabam evitando as crianças. Os pais esquecem que educar os filhos significa estar com eles e acompanhá-los no dia a dia.
Os pais a fim de suprir sua ausência na educação dos filhos, assumem comportamentos que acabam por confundir e desestruturar as crianças. Alguns adultos parecem não querer enxergar os problemas. Às vezes, a criança esta sendo inconveniente, incomodando a todos com maus hábitos e, mesmo assim, o pai e a mãe não tomam nenhuma providencia. Algumas pessoas têm a mania de exibir os filhos como se fossem os melhores, e outras não têm coragem de assumir que cometem erros, pois sentem vergonha de pedir perdão aos filhos. Por terem essa atitude acabam tornando-se negligentes. A negligencia psicológica segundo Belsk (1993, p. 295) “é a incapacidade de fornecer a criança apoio emocional, amor carinho e afeto”.
Muitas vezes, os pais agem assim por sentirem-se culpados pelo insucesso do filho que foi gerado e criado por eles, sendo, portanto um produto dessa criação. Esse produto reflete a (in) competência da família no processo formativo do indivíduo.
A ESCOLA
Segundo Luiza Laforgia Gavaldon (1999, p.15), “educação é saber se comportar e aprender; é a transmissão dos usos e costumes da sociedade em que se vive, sendo que essa transmissão é levada pelos mais velhos aos mais novos”.
Algumas pessoas julgam que a escola não deveria se preocupar com a educação social e moral, mas centrar-se no ensino de temas acadêmicos ou na promoção do desenvolvimento intelectual da criança. No entanto, a escola acaba tendo essa função, quer pretenda fazer isso ou não, até porque na sociedade atual essa é uma expectativa criada pelos pais.
Devido à falta de tempo que as pessoas têm tido para cuidar de seus filhos e lhes ensinar valores éticos, elas acabam por transferir essa responsabilidade para a escola. Diversas vezes, inclusive, optam por estabelecimentos que cuidam de seus filhos em tempo integral.
Dessa maneira, as crianças têm suas necessidades intelectuais, emocionais e fisiológicas atendidas pelo professor e pelos colegas de classe. Sendo assim, o ambiente familiar deixa de estar presente de maneira suficiente na vida dessas crianças, o que tem grande influência no seu desenvolvimento e formação.
Através das interações diárias com os filhos, os pais determinam a natureza do ambiente sócio-moral. Quando este ambiente é determinado pelo professor, este organiza a sala para atividades individuais e de grupo relacionando-se com as crianças de modo autoritário ou corporativo.
É necessário, no entanto, que o professor tenha consciência plena de sua autoridade em sala de aula, mostrando, de forma clara, quais caminhos deverão ser seguidos pelos alunos.
Num mundo como o de hoje, onde os valores estão em transição e as pessoas “perdidas” na permissividade, faltam limites que estabeleçam equilíbrio nas relações entre elas, sendo, portanto, necessário que sejam respeitadas, facilitando assim a convivência.
A MÍDIA
A televisão tem um papel fundamental no mundo globalizado. Por ser um meio de comunicação bastante acessível, cada vez mais, ganha espaço na maioria dos lares de diversas classes, tornando-se um fenômeno social e cultural.
A televisão é uma das principais fontes de informação do país e as crianças são, em maioria, o público alvo. A TV supre nelas a falta dos pais, tornando-se uma fonte fundamental de integração social. Elas se identificam com os estereótipos e personagens apresentados, trazendo graves conseqüências para sua formação.
Em ambientes familiares deficientes, a TV se torna um atrativo para compensar as carências e frustrações sofridas em casa. É possível demonstrar também o papel do professor assumido pela TV. Na maioria das vezes, ela é a responsável pela transmissão de valores e conhecimentos que trazem malefícios às crianças, como o amadurecimento precoce e a banalização de assuntos como sexo e violência. São imagens que, a partir de então, passam a interferir na construção da personalidade, do caráter e na maneira do público infantil se ver e entender o mundo a sua volta.
Quem decide que programa é bom ou não para a criança é ela mesma. Uma pesquisa feita pelo diretor-executivo do Ibope Mídia, Flávio Ferrari (2000, p.21), revelou que os dez programas de maior audiência entre as crianças de
Dessa maneira, torna-se explícito um dos motivos da má formação infantil nos dias atuais: a mídia. A influência desta na educação infantil, muitas vezes, tem como reflexo as deturpações da idéia de como devem ser os princípios e o comportamento das crianças, que serão os futuros adultos e transmissores de valores da sociedade.
CONCLUSÃO
Quase que inconscientemente, os pais transmitem para as crianças o seu comportamento e o seu equilíbrio. Toda a segurança e apoio dos filhos estão nos pais, porém não se pode culpá-los por tudo, pois é difícil criar e educar um filho devido à sociedade de consumo em que vivemos.
Com a mudança dos costumes e a vinda de novos valores, houve uma reestruturação da sociedade. Hábitos foram mudados; o que antes agredia, hoje pertence à normalidade. Essas transformações acabaram por refletir não só nas famílias, mas também nas escolas e na mídia.
A realidade social é o fator determinante para a má formação da educação infantil, já que exigem das pessoas uma vida mais atribulada, ocasionando a falta de companheirismo, amor e união entre as mesmas.
As famílias passaram a ser formadas sem dar importância aos valores sentimentais; tornou-se algo mecânico casar e ter filhos. Então, a educação infantil acaba por ser de responsabilidade das escolas e da TV que, indiretamente (ou diretamente), determinam a formação das crianças.
As pessoas serão mais realizadas se a educação for transmitida às crianças por um processo consciente, principalmente gerado pelos pais, não transferindo essa responsabilidade à escola e, de certa forma, à mídia.
BIBLIOGRAFIA:
BEZERR, Wagner. Manual do Telespectador Insatisfeito. 1.ed. São Paulo: Summus, 1999.
DE VRIES, Rheta; ZAN, Betty. A Ética na Educação Infantil: um ambiente sócio-moral na escola. 1.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
GAVALDON, Luiza Laforgia. Desnudando a Escola. 1.ed. São Paulo: Pioneira, 1997.
PAPALIA, Diane; OLDS, Sally; FELDMAN, Ruth. O Mundo da Criança. 8.ed.
FONTE: www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id