Todas sentem medos em determinadas
fases da vida, e faz parte do crescimento de todo ser humano. Sabemos, por
exemplo, que as crianças pequenas têm medo de se separar da mãe, e, ao mesmo
tempo, começam a sentir medo de pessoas novas e estranhas. Um pouco mais tarde,
a maioria das crianças passa a ter medo do escuro. Os primeiros anos na escola
sempre causam temores e perturbações. Na adolescência, a inibição e a timidez
se tornam uma parte muito comum, e muitas vezes perturbadora do desenvolvimento
da maturidade. Em geral, quando aparecem, esses medos costumam apenas ser parte
do processo normal de desenvolvimento pelo qual todos nós passamos. Algumas
vezes, porém, os medos e as inquietações chegam ao ponto de constituir um
problema para a criança.
Muitos adultos acreditam que a infância
é uma época de total liberdade e falta de responsabilidade. Por mais
surpreendente que pareça, a ansiedade é
o problema mais comum em crianças de todas as idades e afeta da infância a
adolescência.
Algumas doenças que pensamos serem doenças de adultos estão atingindo
cada vez mais as crianças. Os transtornos de ansiedade ocorrem em crianças,
sim, e não é manha como alguns adultos pensam. Precisam de atenção dos pais
para que não comprometam a vida dos pequenos. "As pressões da sociedade de
hoje que exige da criança um amadurecimento cada vez mais cedo. E essa pressão
aumenta a ansiedade nas crianças" diz a psicóloga Edna Kalaf.
A ansiedade da criança é a manifestação exagerada de preocupações diante
de alguma situação teoricamente simples. Por estar ansiosa, a criança às vezes
sente dores de barriga reais quando não quer ir à escola por algum motivo.
O corpo manifesta as emoções sentidas e com as crianças isso não é
diferente. Dores de cabeça, de estômago, coração acelerado ou mesmo falta de ar
podem ser sentidas pela criança realmente e não ser só uma desculpa para não
dormir sozinha.
A ansiedade exagerada é aquela que acaba atrapalhando na vida cotidiana
da criança. Pode aparecer na forma de medo, tensão muscular, preocupação com
eventos futuros, isolamento e dificuldade ou queda no rendimento escolar.
Os transtornos de ansiedade se não tratados adequadamente podem evoluir
para a depressão e por isso a procura por ajuda especializada é muito
importante para que as causas sejam conhecidas o mais precocemente possível. Os
pais precisam estar atentos para perceber as mudanças do comportamento do seu filho
para ajudá-lo a superar qualquer insegurança que possa se tornar motivo de
preocupação extrema.
Quando a criança começar a não querer brincar na pracinha que está
acostumado a ir frequentemente, o melhor é conversar e tentar entender o motivo
e junto com o pequeno fazê-lo superar da melhor forma possível o que lhe
angustia. Crianças com potencial em determinado esporte não podem ser cobradas
pelos pais a obter rendimentos de campeões olímpicos, pois incentivo é
diferente de pressão.
Tratamentos
contra a ansiedade - Caso a ansiedade da criança já
esteja interferindo na vida cotidiana, o melhor é procurar ajuda seja do médico
psiquiatra ou de um psicólogo. A psicoterapia e a medicação são os tratamentos
realizados para crianças com ansiedade exagerada. Para crianças menores de
cinco anos, são recomendados remédios fitoterápicos. Já as que possuem mais de
cinco anos de idade já usam medicações antidepressivas.
Fonte:
Asbahr, F. (2004). Transtornos ansiosos na infância e
adolescência: aspectos clínicos e neurobiológicos. Jornal de Pediatria, 80 (2), S28-S34.
Transtorno
de ansiedade da infância; Editora: Books.
Organização
Mundial de Saúde (1993). Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Porto Alegre (RS): Editora Artmed.