No Jardim de Infância
As primeiras instituições brasileiras de atendimento às crianças
de zero a seis anos surgiram ainda no Império com intuito de amparar as que
eram abandonadas nas ruas das cidades, como os orfanatos, os asilos para pobres
e a Santa Casa de Misericórdia, com sua roda dos expostos. Mas foi o
desenvolvimento da medicina e da microbiologia - e a viabilização da
amamentação artificial - que possibilitou amparar essas crianças sem os
alarmantes índices de doenças e de mortalidade da época.
Um dos pioneiros
nessa experiência no exterior foi o médico Friedrich Froebel - idealizador dos
Jardins de Infância. Essa idéia chega ao Brasil na década de 1870, com divulgação
no jornal do médico Carlos Costa, e é aplicada na sala de jardim de infância
aberta ao lado de uma igreja protestante americana instalada em São Paulo. A
iniciativa inspirou duas outras: uma no colégio Menezes Vieira (Rio de
Janeiro/1875) e no Caetano de Campos (São Paulo/1896), que adaptou a pedagogia
de Froebel para a realidade brasileira. Em 1924, já eram 47 as instituições
entre creches e jardins de infância pelo Brasil, principalmente nas capitais.
A partir daí,
muitas creches são instaladas para atender aos filhos dos operários, sempre
ligadas à Assistência Social, embora houvesse, em muitos casos, profissionais
da área pedagógica orientando seu funcionamento. A partir de 1980 a sociedade
passa a discutir a possibilidade de inclusão das pré-escolas na Educação
Básica, intenção concretizada na Constituição de 1988. A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, de 1996, ratifica essa decisão, enfatizando que a
Educação é um direito da criança e que deve, portanto, ser universal.